sábado, 8 de novembro de 2008

Para plantar lembrança


Não tem mais tic tac
Os relógios correm digitais
Até o merthiolate
Quando uso já não me arde mais

Eu já não ouço o tempo
Mas ainda sinto dor

Não tem mais telegrama
Sentimento é virtual
E a música baiana
Resumiu-se em carnaval

Eu já não mando cartas
Mas ouço os filhos de Canô

E diante das mudanças - Ando
Diante das andanças- Mudo
Diante das mudanças - Muda

8 comentários:

Fred Matos disse...

Gostei.
Parabéns, Bárbara.
Beijos

*Caroline Schneider* disse...

é... no fim, somos nada mais que testemunhas mudas dos acontecimentos do mundo... e a tecnologia vem com objetivo de melhorar nossas vidas, mas traz muita frigidez ao "toque do calor humano"... bah! nem me recordo mais de quando foi a última vez em que recebi uma carta... Bela poesia! Beijocas estaladas!

Larissa Marques - LM@rq disse...

Mara, Barbie, MARA!!!
Sê bem vinda!!!

Rounds disse...

"a música baiana resumiu-se em carnaval".

muito bem!

sinto-me à vontade aqui.

voltarei mais vezes.

até mais.

flaviooffer disse...

Bela poesia!!! "Sentimento é virtual"... tudo se "virtualizou"! as relaçoes perderam a cor, a vibração... tornamo-nos escravos da tecnologia...é por essas e outras, que vez em quando saio pra um barzinho pra beber uma cerveja e ver gente, pq senao fico sufocado.
Abraços!!!
Paz e Poesia sempre!!!

L. Rafael Nolli disse...

Olá, Bárbara! Bem vinda ao Manufatura! Muito bom o teu poema - gostei estrutura em que ele funciona! Abraços1

aluisio martinns disse...

Você tem mais que o dom de brincar com palavras, você manuseia o tempo.
Muito bom

Barbara Leite disse...

Muitíssimo obrigada pela recepção!
Fico feliz de poder publicar neste espaço! Agradeço o convite da Larissa. Vou me atualizando aos poucos dos textos aqui postado.
Obrigada
:D