domingo, 14 de dezembro de 2008

é a solidão
que me carrega
no dorso da palavra
até a beirada do obscuro

onde me atiro
porque me assoma
desde sempre a vertigem
e me assombra mais o medo
do que acabar

e é na queda
que o hálito do abismo
aviventa minhas asas
de inventora do impossível

é a solidão
que empilha silêncios
até emparedar meu grito
e eu, simbionte,
tomo sempre num hausto
o ultimo fôlego
e cavo frestas a lápis e caneta
até eclodir o verso
onde respiro

Iriene Borges

8 comentários:

Fred Matos disse...

Belo Poema.

L. Rafael Nolli disse...

Bacana, mostra essa estranha situação do poeta em viver os seus versos, em viver neles e deles tirar o seu ar.

Anônimo disse...

Muito interessante. Parabéns. Voltarei.

Barone disse...

Gostei.

L. Rafael Nolli disse...

A solidão é fera! Belo poema!

Giovani Iemini disse...

é isso ai, manda bala.

bom saber que o manufatura tá em pleno vapor.

Larissa Marques - LM@rq disse...

Iriene, sei o quanto a solidão devora! Belo escrito!

"A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração." - Alceu Valença

bemditorosa disse...

Ah esse eu amo!