é a solidão
que me carrega
no dorso da palavra
até a beirada do obscuro
onde me atiro
porque me assoma
desde sempre a vertigem
e me assombra mais o medo
do que acabar
e é na queda
que o hálito do abismo
aviventa minhas asas
de inventora do impossível
é a solidão
que empilha silêncios
até emparedar meu grito
e eu, simbionte,
tomo sempre num hausto
o ultimo fôlego
e cavo frestas a lápis e caneta
até eclodir o verso
onde respiro
Iriene Borges
8 comentários:
Belo Poema.
Bacana, mostra essa estranha situação do poeta em viver os seus versos, em viver neles e deles tirar o seu ar.
Muito interessante. Parabéns. Voltarei.
Gostei.
A solidão é fera! Belo poema!
é isso ai, manda bala.
bom saber que o manufatura tá em pleno vapor.
Iriene, sei o quanto a solidão devora! Belo escrito!
"A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração." - Alceu Valença
Ah esse eu amo!
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