quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Naufrági(l)o
De longe vi o barco. Nadei na correnteza, subi, chorei no leme, peguei no choro, dormi.
De perto era o mar que via longe, a terra, bem longe. Era o mar bem perto. O mar e suas batidas, nas pedras, penhascos, fiascos dessa vida que o mar enterra.
De longe ouvi o som, Sereia, na areia, no tom. Senti o seu feitiço, o viço, canção.
Nas ondas do mar,
Nos sonhos do céu,
Navegar bem longe,
Te levar bem fundo,
Para o meu lugar,
Te roubar do barco,
Mesmo sem ser roubo
Pois meu canto encanta o mundo.
E o mar bateu na pedra. E a pedra bateu no mar. E os dois no peito meu, conquistando o mundo e os olhos teus.
E a dor se fez ao som da batida, pois quando o mar bateu naquela pedra, foi a vida que fez dela o sentido da dor doída. E a pedra se abriu em ferida, mais que guerra, fez sua partida, levou os olhos meus em vida.
Me Morte
(foto de André Viegas)
9 comentários:
Interessante o formato desse poema! Poderiam se fazer mais textos assim. Beleza!
Muita beleza exposta...."levou os olhos meus em vida", parabéns Me
Bela metáfora da vida, Menina.
Otimo texto Me, Parabéns. :)
Achei-o muito bonito. E desta vez, entendi o (l),rs...
ficanapaz, Mascaruda!
Nadar na correnteza é pra gente forte .
Muito legal a profundidade.
Aqui li mudanças de estilo.
Mais lírica e nada pornô.
Gostei da mistura da prosa/poema.
Beijo.
Valeu gente. Bom que gostaram desse novo estilo. Beijos
O próprio texto demonstra a escrita bem parecida com a tormenta de ondas no mar.
Gostei.
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