quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Troll

XII
16/05/03
max ernst



Eu sou um troll!
Meu império está desperto,
crescendo, crescendo!

Minha música é o som da faca dos açougueiros;
o tintim no copo de cicuta é a minha música;
minha música é o som do bombardeiro!

Gosto de comer o vômito dos bêbados
e lamber os restos dos animaizinhos que morreram nas hortas.

De minha cara enfezada as criancinhas fogem.
Agrado em palitar os dentes com o fêmur de meus inimigos
me satisfarei quando, com a mão bruta,
arrancar cada feto de dentro de cada útero!

Eu sou um troll!

* do livro Memórias à Beira de um Estopim , 2005

5 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Não poucos são os trolls à solta pelo mundo... :)

Isaias de Faria disse...

poesia visceral!! abração rafael

Glauber Vieira disse...

Belo e atual texto.

*Mi§§ §impatia* disse...

Oi, atraves de um seguidor de um dos meus blogs (links no meu perfil caso queira conhece-los), cheguei até aqui e estou maravilhada com esse templo de sintonia de tantos amigos. Parabéns pelo blog, já sou uma seguidora.
Beijos e bom fim de semana a todos.

Larissa Marques - LM@rq disse...

como sou grata por tê-lo como parceiro!