terça-feira, 12 de junho de 2007

Dia dos Namorados

*Lembrei que hoje se comemora o dia dos namorados. Improvisei isso às 10 horas do dia 11 de junho, ontem. Para alguns esse dia não tem a menor importância, para outros (que é sim o meu caso) esse dia é bem vindo. Fica aqui não uma homenagem, mas apenas uma citação. Não é um tributo, apenas um lembrete! Gosto desse dia, mas não mudo o estilo de minha escrita...


O despertador tocou uma hora mais cedo. Ele faria hora extra no trabalho durante a semana toda para pagar o aluguel atrasado. Sara continuou dormindo e não viu Daniel sair. Há quatro meses decidiram morar juntos. Alugaram o apartamento e aos poucos iam comprando móveis e utensílios. A cama de casal quem deu foram os pais dele, já a geladeira foi presente da mãe dela.

Sara despertou lentamente, tateou o lugar do namorado e não o sentiu, supôs que ele já tivesse saído. Ela sorriu lembrando dos planos para hoje. Tomou café, pegou o telefone e discou o número da loja de sua prima.

- Alô!

- Lúcia, aqui é a Sara, a lingerie que encomendei chegou?

- Sim, querida. Você vem buscar?

- Vou sim. Ás onze e meia estou chegando aí.

Tomou banho e foi ao centro. Escolheu duas gravatas pra dar a Daniel, não se importou com o preço, amava-o e queria o melhor para ele. Chegou à loja de Lúcia e viu a lingerie que encomendou. Era preta, nunca havia usado algo parecido.

À noite ligou para um restaurante italiano e pediu um jantar completo para dois, tudo indicado por sua prima. Sentou-se na sala para esperar o namorado. Ouvia Strani Amore na voz de Renato Russo enquanto observava seu corpo. Decidiu não usar calcinha e abrir mais o decote. Sentiu-se excitada. O telefone tocou, era Daniel ligando.

- Alô.

- Sara? Amor, tenho uma má notícia. Não posso ir para casa hoje, o pessoal decidiu fazer serão no trabalho até a madrugada. Compramos café e sanduíches. Eu fiz as contas aqui e hoje é meu último dia trabalhando em hora extra. Desculpa, amor, tenho que desligar, beijos.

Sara fechou os olhos e pressionou o telefone com as duas mãos.

- Desgraçado – gritou arremessando o aparelho contra a parede.

7 comentários:

Larissa Marques - LM@rq disse...

A maioria das mulheres adora esse dia, não é meu caso. E a maioria dos homens têm o prazer de estragá-lo! Mas acho que as mulheres exigem romantismo demais dos homens, e os homens não se lembram que as mulheres (salvo excessões) são românticas demais. Dia dos namorados é perfeito para uma briga, afinal, muitos de ambos os sexos acreditam, que não há nada melhor que a reconciliação depois de uma briga.
Adorei o texto, ri muito...
E lembrem-se permaneçam vivos!

THORPO disse...

A realidade cotidiana matando as utopias românticas

Anônimo disse...

A gente pode se amar em qualquer dia do ano, faça todos os dias especiais e não apenas um, porque a probabilidade de você se decepcionar cresce vertiginosamente, ou seja, não se esqueça da lei de Murphy. Então, ame todos os dias e transforme todos os dias em dias especiais e dificilmente terá esse tipo de problema...Mas isso tudo pode ser apenas filosofia barata.
Texto de humor negro justo hoje...rs!
Abraços

MPadilha disse...

Eu sou passional, mataria meu namorado. Mas sou assim normalmente, eita texto pra dar nos nervos,rsss. Parabéns. Beijos

Glauber Vieira disse...

Pô Barba, o texto tá muito legal, mas acho que vc poderia desenvolver mais o final, acho que ficou meio abrupto. Mas isso é uma opinião pessoal minha (deu um gostinho de quero mais entende?).
E só pra complementar: concordo com a opinião do Alexandre sobre o dia dos namorados.

Klotz disse...

Quem prepara surpresas sempre pode ser surpreendido, bem ou mal.
Bom texto.

[barba] Uonderias disse...

Glauber, meus textos, infelizmente ou não, têm essa "parada"