Acolher pragas
Semear o tétano da alma
Como se fossem as flores do campo
(enforcadas em maio)
Cuspir no amado prato
Recolher o humilhado rabo
Dentre as trêmulas pernas
Para não perder o ritmo
do rebolado
Falsificar o documento da existência
Clonar o poço da urgência
Manter-se em pé na corda bamba
feita de nervos e algodão
dizer sempre não
Quando o sim anseia um sibilo cristalino
e a alma um arranhado pequenino
Sonata enluarada...
somente parte de uma canção mais depravada
(nada que eu possa fazer pela poesia!)
8 comentários:
"Sonata enluarada...
somente parte de uma canção mais depravada"
Gostei!!!
Belo poema!
E a vida não é essa trama diabólica???
Pois bem... fizeste tudo pela poesia!
mesmo que despretensiosamente, aí está, o fruto inigualável de essência poética... a poesia... com todos seus gritos!
Menina, menina. Quando eu crescer quero ser igual a você! Beijo, minha cara.
Muito bom,
Gostei demais.
Sempre trazendo coisas lindas e arrojadas. Teu estílo é único. Adorei Linda. Beijão
Rita, Rita! Pra não perder o ritmo do rebolado, dei três lidas no teu poema... ai, que delícia de leitura... muito boa mesmo, deveras intrigante, diga-se de passagem... repleta de alegorias, imagens poéticas que falam muito mais a cada leitura. Amada, desejo muita sorte no teu ofício como poeta, pois talento, tens de sobra! Beijocas estaladas*
Já te disse lá no "Bar" como gostei da tua escrita, não é? O que acabo de ler aqui só confirma tudo.
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