Aprisionado por palavras,
insana, infame pena.
Debaixo de um tapete
somente poeira.
Restos de pensamentos,
retalhos mortos
de carne humana.
Fotografia,
fotocópia,
revistas
e jornais.
Notícias velhas,
quadrinhos e esquadrilhas.
Jato de ar,
jarro de água,
jeito traiçoeiro
de afugentar crianças.
Caretas, picaretas,
marretas e arpão.
Guloseimas,
balas,
chicles de menta,
arrebento de nostalgia.
Melancolia, melancia,
flacidez
e guerra-fria.
E onde está o povo?
Voando por aí?
Buscam novas fontes,
fronteiras e minas,
lindas meninas
de vestido de chita.
Enquanto a mais bonita
faz tranças no cabelo
e seguindo o mesmo zelo
o pai descansa
na rede,
lugar onde a sede
não o alcança.
Chapéu quebrado na testa,
que vida é esta
cheia de preguiça?
Início de semana
e a cidade se inflama
por estas loucuras.
Desvelo,
falta de zelo,
rompe o lacre,
arranca o selo
e os loucos saem
pelas ruas,
mente insana,
pele nua,
desnuda de qualquer
pudor,
sem qualquer
poder sobre os demônios
que ladeiam
a gamela.
Flávio Offer
insana, infame pena.
Debaixo de um tapete
somente poeira.
Restos de pensamentos,
retalhos mortos
de carne humana.
Fotografia,
fotocópia,
revistas
e jornais.
Notícias velhas,
quadrinhos e esquadrilhas.
Jato de ar,
jarro de água,
jeito traiçoeiro
de afugentar crianças.
Caretas, picaretas,
marretas e arpão.
Guloseimas,
balas,
chicles de menta,
arrebento de nostalgia.
Melancolia, melancia,
flacidez
e guerra-fria.
E onde está o povo?
Voando por aí?
Buscam novas fontes,
fronteiras e minas,
lindas meninas
de vestido de chita.
Enquanto a mais bonita
faz tranças no cabelo
e seguindo o mesmo zelo
o pai descansa
na rede,
lugar onde a sede
não o alcança.
Chapéu quebrado na testa,
que vida é esta
cheia de preguiça?
Início de semana
e a cidade se inflama
por estas loucuras.
Desvelo,
falta de zelo,
rompe o lacre,
arranca o selo
e os loucos saem
pelas ruas,
mente insana,
pele nua,
desnuda de qualquer
pudor,
sem qualquer
poder sobre os demônios
que ladeiam
a gamela.
Flávio Offer
Poema publicado nos livros:
“Grandes Escritores de Minas Gerais vol.III – Rio de Janeiro: Litteris Ed.: 2004.”
“Grandes Escritores de Minas Gerais vol.III – Rio de Janeiro: Litteris Ed.: 2004.”
“CATA VENTOS – o destino de uma Poesia/ Flávio Otávio Ferreira. – Rio de Janeiro: Litteris Ed.: KroArt, 2005.”
8 comentários:
Muito linda a poesia.
Não me achastes debaixo do tapete também? uma "doida varrida"? hauhauhau Amado, já virei fã dos teus poemas, viu? Aplausos a este também. Beijocas estaladas*
Lembrei-me de Caetano: "o sol nas bancas de revista/ me enche de alegria e preguiça/ quem lê tanta notícia"
Mas seu poema é um fragmento urbano mais forte, com vários elementos perturbadores, quase caótico.
;)Feliz por ter te descoberto, beijo grande!
Legal brou,
Já que Larissa lembra de Caetano, eu lembro de Cazuza: Eu vejo um museu de grandes novidades, o tempo náo pára.
Abraço.
É sempre uma honra postar por aqui. Larissa, fico feliz tbem por ter me descoberto divagando por aí...é um privilégio para mim. Abraços.
Paz e Literatura sempre!
só tem gente famosa no blog
gostei!!
gostei desta costura de sentidos e palavras....
Poesia forte, cheia de símbolos... Adorei!
Abração
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