terça-feira, 1 de maio de 2007



Mãos trêmulas anseiam o toque
Frias, laudatórias
Esboçam a insegurança do ser
Tardias, fracas, tentam a aproximação
Não se expõem, são furtivas,
Lascivas, num motim visceral e intenso
Não há compreensão nas mãos
Elas por si só são confusas
São farrapos corpóreos
Que não obedecem o consciente
Agonizam em sagas desejosas,
Atômicas, nauseantes, despudoradas,
Mãos sempre almejam algo secreto
Algo que faz doer o peito arfante
Trazem nos dedos a chaga poética
Uma aura desperta
Calada e inconformada,
Infelizes, as mãos ainda anseiam o toque.



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14 comentários:

[barba] Uonderias disse...

que coisa linda!!

Freddie disse...

Ih... li uma palavra, li uma frase, li uma linha e disse pra mim mesmo: gostei desse texto! Fui descendo, já curioso para saber quem havia escrito. E tava lá: Larissa Marques. Cansa não, mulher? D'onde tira tanto talento? Bom, aqui no manufatura não li todos os colaboradores. Li alguns textos com trechos excelentes. Gostei da diversidade de idéias. Agora, entrei decidido a comentar um deles... e mais uma vez, foi você quem eu encontrei, ali, perfeitinha como sempre. Abraço!

Larissa Marques - LM@rq disse...

Freddie, adoro você. Sabe disso, fico tão feliz por saber que vai estar comigo nessa empreitada, mais uma mão do Manufatura!
São seus olhos que me vêem perfeita, viu? Beijo grande!

Larissa Marques - LM@rq disse...

Barba, lindo é você! Beijo!

Lunna Guedes disse...

A poesia é sempre uma questão de sentimentos e como este sentimento te alcança... Gosto de suas palavras em forma de versos, embora, nesse momento eu esteja menos vento e muito mais areia... Voltou pra ler novamente e ver o que sobrou da sensação... No meio da madrugada, é claro...
Abraços moça.

Glauber Vieira disse...

Uau, belo texto hein? Parabéns!

Anônimo disse...

As mãos podem tocar tudo, até o intangível!!!!!

ofilhodoblues disse...

belíssimo mesmo larissa, mais uma vez
parabéns!

A czarina das quinquilharias disse...

farrapos corpóreos.
me gusta.

flaviooffer disse...

Belo poema... melhor do que duas mãos são quatro mãos a se encontrarem... Farrapos corpóreos que tateiam a imensidão de desejos que saem pelos póros!
Melhor ainda, é quando várias mãos se unem numa corrente chamada Manufatura, aí surgem estas obras-primas..Abraço!
Paz e Literatura a Todos!

- disse...

Belíssimo poema. Muito profundo ..
Abraços !

Augusto Sapienza disse...

Lindo texto, moça! Eu gosto das minhas mãos porque posso me dar tapas na cara...

Beijão

*Caroline Schneider* disse...

KKKKKK (hilário este comentário do Sapienza...) Lari, AMEI este poema, não tinha lido ainda, podes crer nisto? Eu já disse a Lari, agora digo em público... ela é, depois de Quintana e Pessoa, a poeta que mais li na vida, dá pra crer nisto??? Aff... segundo ela, coitadinha de mim... mas eu digo, que bom que tenho esta sorte!!! Vai amada! Que o céu não é limite pra ti!!! Beijocas estaladas*

Leandro Jardim disse...

"motim visceral e intenso"!!!!